Texto Acadêmico
Diante da paradoxal sociedade brasileira, na qual a história deixou tantas marcas de injustiça permanecem, porém, a vitalidade e a capacidade de evoluir, que saltam aos olhos de todo o compromisso ético que obriga diante da realidade política, independente das vicissitudes do presente, de continuar trabalhando para a construção de uma democracia respeitadora dos direitos humanos e companheira de uma economia mais solidária – além de próspera, sustentável e respeitosa da natureza -, para uma sociedade mais feliz; não apenas igualitária do ponto de vista legal, mas, com mais justiça social, melhor distribuição de renda, menos violência. Esta utopia concreta continua a lutar por se realizar em nosso país, com dificuldade. É uma utopia viável, porque materialmente as riquezas brasileiras a fazem possível e as aspirações populares a demonstram desejada. Espera-se que o núcleo de paixões e interesses em contenda no momento político, se deixe medir pela responsabilidade patriótica. Tendo no horizonte esta utopia que permanece válida (ALBORNOZ, 2005). Porém, os últimos acontecimentos aos quais o Brasil teve de assistir, não foram nada animadores no que diz respeito a mudanças realmente esperadas. O escândalo mais chocante foi o do governo de Collor, em que era praticado tráfico de influência e irregularidades financeiras organizadas pelo empresário Paulo César Farias. O resultado, que abalou profundamente o Brasil, foi o Impeachment. Passados treze anos, veio à tona o assunto sobre “Mensalão”, que provocou uma crise tão profunda quanto àquela da época de Collor. Assim, o povo brasileiro sofre desilusões em relação a quem confiaram as mudanças.
Mesmo porque, a subordinação de funções públicas a interesses pessoais é quase unanimemente apontada por consultores políticos como característica de política brasileira. Quanto maior a confusão entre o público e o privado, mais fértil é o terreno da corrupção. E mais, o processo decisório se submete à lógica de que os cargos políticos são posses de seus mandatários, e não, como supõe a semana democrática, mecanismo de representação do coletivo nos poderes constituídos (URSO, 2004).
A única possibilidade que existe para que a Ética possa ser exercida na Política hoje, é a partir de uma mudança de mentalidade e conseqüentemente de atitude da própria população. Deve-se acabar com a percepção de que os nossos representantes fazem “favores para o povo” e de que são revestidos com uma aura de poder. Eles são funcionários públicos sustentados pelos impostos pagos e que devem obrigações para a população. Além disso, a ética deve permear todas as relações cotidianas; seja em casa, no trabalho ou na comunidade. A maldita lei de Gérson, de tirar pequenas vantagens no dia a dia, em prejuízo de outras pessoas, ou o desvio de milhões de reais dos cofres públicos, são dois exemplos de corrupção, em diferentes proporções, é claro. Tem-se que avançar como sociedade, refazer os conceitos, as relações sociais para compreender que o bem comum só será garantido com a participação de todos os cidadãos. Não se pode continuar transferindo essa responsabilidade para outras instâncias. Devem ser definidos, com clareza, os papéis na sociedade para que se construa uma verdadeira Comunidade Ética
(NETO, 2005).
Fonte:www.boletimjuridico.com
Postado por: Aline Chaves
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